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Desconforto musical do bom! Conheça a Enema Noise



Parece banda gringa, mas não é. É made in Brazil, ou melhor, made in Brasília! Com quase cinco anos de existência, e aproximadamente seis meses com a atual formação, a banda brasiliense Enema Noise comemora recentes conquistas, entre elas a classificação na seletiva para tocar no Porão do Rock [festival de música que acontece em Brasília e está na sua 13ª edição].

Com sonoridade pesada, letras que abordam violência, vida urbana, excessos e propositalmente causa algum incomodo no ouvinte, aos poucos a banda vai ocupando seu espaço e mostrando a que veio. Eles já tocaram ao lado de artistas como Plebe Rude (DF), Kafka Show (SP), Nevilton (PR), Gandharva (PR) e Damn Laser Vampires (RS), em 2009, lançaram um EP virtual com a banda carioca The Fraktal e participaram de um tributo ao Defalla ("Não me Mande Flores"). O quarteto também marca presença na coletânea "Manual de Resistência #1" de 2010, primeiro registro do selo independente Anti Recordz, de São Paulo.

Apresentação no Porão do Rock, festival de musica de Brasilia em sua 13ª edição.

Conheça um pouco mais do trabalho musical realizado por Igor Kawka [baixo/sintetizador], Marcelo Seabra [guitarra/voz], Marcelo Melo [bateria] e Rafael Lamin [voz/guitarra]:

Garotas do Rock: Principais influências musicais/literárias/comportamentais?
Enema Noise | Lamin: O som tem muita influência da música dos anos 90.
Atualmente estamos em um lance mais pesado, o que nos identifica com Helmet, Melvins, Faith No More, etc. O punk e pós-punk também tem algum espaço em nossas influências, aí já mais pela parte comportamental e estética do que pela sonoridade.

Garotas do Rock: Como surgiu a banda e há quanto tempo existe?
Enema Noise | Lamin: Em 2005, como um projeto meu e de um amigo. Gravamos uma demo em 2006 e de lá pra cá o Enema teve várias formações. Por uma época também gravei tudo sozinho, em casa, com sintetizadores e baterias eletrônicas, o que rendeu a participação em uma coletânea e um EP. Com a entrada do Marcelo, começamos a procurar outros integrantes e dar mais forma a banda.
Essa é a formação mais sólida e a que tem rendido mais frutos, então dá pra considerar que o Enema Noise se tornou concreto no final de 2009. Já com a formação atual, temos por volta de 6 meses.

Garotas do Rock: Vocês definem a Enema Noise como qual estilo musical?
Enema Noise | Lamin: Como a maioria das bandas, não gostamos muito de definir nosso estilo musical. Muita gente fala de nós como stoner rock e industrial rock, que certamente são influências. Mas acho que algumas peculiaridades do som divergem um pouco dessas definições. Além de ultimamente estarmos aproveitando esse momento mais pesado da banda, o que talvez nos afaste um pouco do stoner e do industrial rock.

Garotas do Rock:
Em agosto deste ano vocês ganharam a seletiva do festival brasiliense Porão do Rock, como foi participar de um festival como esse e tocar 'ao lado' de artistas já conhecidos nacionalmente?
Enema Noise | Lamin: Foi uma ótima experiência! Entramos no Porão através de seletiva, por voto de júri e público, o que foi uma grande surpresa pra nós.
Além de tocarmos com artistas nacionais como Mombojó, Pato Fu, também rolou o She Wants Revenge (USA) no nosso palco, o que esperamos que tenha nos garantido um pouco de projeção frente a esse público.
Tocar em festivais é uma experiência nova para o Enema e ainda estamos nos acostumando com a idéia. Então, além de uma grande realização, o Porão serviu também como uma lição para lidarmos com palcos maiores, grandes estruturas de som, grande público, etc.

Apresentação no Porão do Rock, festival de musica de Brasilia em sua 13ª edição.

Garotas do Rock: Os integrantes da banda pretendem fazer da música o seu 'ganha pão'?
Enema Noise | Lamin: Com certeza! A busca do profissionalismo musical também exige tratar música como trabalho e emprego. Porque se você investe tempo e dinheiro em música e se ela ocupa um espaço na sua vida tanto quanto outras atividades, é uma profissão como todas as outras. A diferença é que muito do investimento não objetiva o retorno financeiro, o que cria o vício da maioria das pessoas entenderem a música e arte como um hobby.
É um mercado que recentemente sofreu crises e ainda está instabilizado e se reorganizando. Então muito do investimento do artista brasileiro independente ainda é focado na sua divulgação, na estruturação do seu meio de trabalho, na criação de sua rede de contatos, de entender quais são as demandas, o público consumidor, etc.
Então, é o que atualmente estamos fazendo. Sem esse foco inicial, fica complicado querermos nosso ganha-pão, um retorno financeiro. Ainda mais em Brasília.

Garotas do Rock: Vocês são filiados a algum coletivo de cultura independente? Acha importante a existencia dos coletivos para a divulgação da musica independente?
Enema Noise | Lamin: Fomos um dos fundadores do Coletivo Esquina (ligado ao Fora do Eixo), em 2009, mas saímos no começo de 2010. Atualmente, a banda trabalha de maneira um pouco mais autônoma, apesar de eu e o Marcelo ainda lidarmos com produção e eventos pela Bloco Cultural. Por ela, garantimos nossa circulação regional e toda a articulação institucional que for necessária para a banda.
Na minha opinião, a existência de coletivos é bastante importante nesse atual momento de estruturação do novo cenário independente.
Primeiro porque insere o artista nessa realidade de que ele só ele é responsável por sua gestão e de que terá que trabalhar pra buscar resultados.
Segundo porque os coletivos aglutinam, em grupos maiores, um excedente de bandas que o antigo mercado não consegue suportar. Isso garante maior visibilidade pra artistas iniciantes que poderiam estar a esmo no cenário indie, que atualmente possui um caminho ainda incerto pra quem busca autonomia de gestão, produção, confecção e distribuição de discos, etc. Então, com certeza os coletivos facilitam a vida, tanto dos artistas quando daqueles que tentam essa reorganização da música indie no Brasil.
Mas por outro lado, há um ponto de atenção. No mau uso dessa noção coletiva, o artista pode se tornar dependente desta nova série de plataformas e estruturas. Acredito que os coletivos devem ter o compromisso de garantir que o artista, gradativamente, crie condições de tocar o barco sozinho de sua carreira. O mau uso dessa noção coletiva tem gerado uma nova dependência de mercado em algumas situações, que é um ponto perigoso a ser listado nesse assunto.

Garotas do Rock: O que vocês ouvem atualmente?
Enema Noise | Lamin: Se somar os playlists atuais de todos nós, acho que estamos ouvindo muito Violins, Mombojó, Refused, Radiohead, Melt-Banana, Darshan e Valdez!

Garotas do Rock: Com relação à internet... qual é a verdadeira importância da internet para a Enema Noise? vocês são a favor da distribuição de músicas pela net?
Enema Noise | Lamin: A importância é total e acho que isso seja natural nos dias de hoje. Nós divulgamos shows pela internet, estimulamos nossa rede de contatos pela internet e mostramos nossa música pela internet. Não deixa de ser uma dependência, mas até agora não há indícios de que isso possa nos acomodar. Vamos aproveitar enquanto funciona dessa maneira.
Sim, somos a favor da distribuição de música pela internet. A internet abriu as portas de um recurso que antes era muito restrito ao mercado, a distribuição. Nunca foi possível se conseguir tanta música quanto hoje. E acho não enxergar isso como um ponto positivo é um erro. O artista - pelo menos o independente - ganha mais se divulgando do que cobrando por unidades de disco.

Apresentação no Porão do Rock, festival de musica de Brasilia em sua 13ª edição.

Garotas do Rock: Pretendem conquistar o mundo ou permanecer somente em Brasília? Já se apresentaram fora de bsb?
Enema Noise | Lamin: Já tocamos em Goiânia (pra onde voltaremos em novembro) e em algumas cidades do Goiás. Em outubro tocaremos em Campo Grande e dezembro no Rio! No começo do ano que vem, pretendemos fazer uma tour pelo Nordeste. A idéia é fazer um show interestadual a cada 1, 2 meses.

Garotas do Rock: Trabalhos novos por vir?
Enema Noise | Lamin: Temos um disco de 8 músicas a ser terminado ainda esse ano.

Garotas do Rock: Como faço para encontrar o trabalho da Enema Noise sem a ajuda do google? rs
Enema Noise | Lamin: aqui!
www.myspace.com/enemanoise
www.enemanoise.bandcamp.com
www.flickr.com/enemanoise

O Garotas do Rock agradece pela disponibilidade e pela atenção da banda, e deseja muito sucesso aos rapazes. E você aí, está esperando o quê? Escute logo o som da Enema Noise!


Fotos de divulgação: Igor Kawa.
Fotos do Porão do Rock: Thais Margalho.
Por Caroll Marinho.

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NAIRA Tattoo


Em 1999, Naira começou a usar seu talento na tatuagem, em Bombinhas/SC e posteriormente abriu seu próprio estúdio chamado Lotus, próximo a Praia Mole. Depois disso voltou para SP, onde trabalhou no Bola 8 entre outros na Galeria do Rock por 3 anos. Atualmente trabalha em um estúdio próprio: NAIRA TATTOO, situado na Pompéia, São Paulo. Sua especialidade é pin up e old school e arrasa também nocover up.

Aproveitamos para saber um pouco mais sobre a vida e o trabalho da tatuadora.


Garotas do Rock:
Naira, conta pra gente quando você começou a tatuar?
Naira: Comecei no final do ano de 1999,em Florianopolis/Sc.

Garotas do Rock: Você escolheu trabalhar com tattoo ou a profissão acabou te escolhendo? Se escolheu, por quê escolheu?
Naira: Eu já tinha umas poucas tattoos no meu corpo e gostava bastante da arte. Como sempre gostei de desenho desde criança, resolvi tentar.

Garotas do Rock: Tatuador é uma profissão originalmente masculina. Rola muito preconceito por você ser uma garota?
Naira: Não tenho certeza se tatuar é originalmente profissão de homem, mas no começo, há mais de 10 anos atrás, eu tinha que provar que era capaz de tatuar, as pessoas desconfiavam muito! Mas hoje em dia não percebo mais isso.

Garotas do Rock: As mulheres já conquistaram espaço no diz respeito a tatuagem ou ainda tem muito a batalhar?
Naira: É comum ver tatuadoras, mesmo chamando um pouco de atenção por serem mulheres, são várias e tão boas quanto os caras. O importante é estudar sempre e isso vale para todos.

Garotas do Rock: Qual a maior dificuldade que você enfrenta dentro da profissão?
Naira: Eu me sinto bem com o que eu faço apesar de ser um trabalho meio cansativo, tanto física quanto intelectualmente. Pois envolve inspiração, técnica, tempo e paciência.

Garotas do Rock: E a maior vantagem?
Naira: A vantagem é ter um horário relativamente flexível, fazer arte que é algo prazeiroso e ganhar por isso.

Garotas do Rock: Como começou a tatuar a galera das bandas?
Naira: Minha clientela é bem variada. Tatuo desde donas de casa até rockeiros de bandas mais conhecidas. Não faço distinção, mas claro que é mais fácil lidar com gente que tem mais visão de arte, que te dá mais espaço pra desenvolver um desenho e tem mais ousadia.

Garotas do Rock: Depois disso, seu trabalho mudou muito, digo em quantidade de trampos?
Naira: Acho que tattoo esta super ligada com música, então, uma coisa puxa a outra!

Garotas do Rock: Quais são suas influências pra tatuar?
Naira: Minhas influências são o tradicional americano, pin up e arte vintage em geral, pop art, HQs underground e rock'n'roll anos 50 e 60.

Garotas do Rock: Tem algum trabalho em especial que você curtiu muito fazer?
Naira: Gosto de desenhar mulheres, então as pin ups me dão muito prazer, são uma espécie de desafio.Também prefiro trabalhos grandes com cores e traços fortes.

E aí, pensando em fazer uma tattoo? O contato da Naira é nairajuliana@hotmail.com. Para conhecer mais o trabalho dela, acesse www.fotolog.com/nairatattoo e www.flickr.com/nairatattoo.




Fotos: Divulgação.
Por Garotinha_rosa e Carol Xuh .

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